A cultura da infância é tema de mesa no IX ENECULT

A cultura da infância é tema de mesa no IX ENECULT
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Foto do projeto Pralapracá em Teresina

Mônica Sâmia abriu a mesa que discutiu a Cultura da Infância, novo eixo temático do ENECULT, esta manhã, na Reitoria. A educadora começou o debate com uma provocação ao público sobre o que entendemos da cultura infantil, e ressaltou a invisibilidade da criança na nossa sociedade, ainda inserida como um ser do futuro, incapaz, e que muitas vezes por causa da mediação dos adultos não tem acesso à cultura da infância.

Em seguida, o educador e contador de histórias Pinduca apresentou o projeto PARALAPRACÁ cuja proposta é contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças que frequentam instituições de educação infantil. Para tanto promove a formação continuada de professores e o acesso a materiais de qualidade, tanto para as crianças quanto para os professores. Além de contribuir para a distribuição mais equitativa de materiais, o projeto pretende valorizar e fortalecer os saberes e fazeres pedagógicos e culturais locais, promovendo a sistematização dos materiais já existentes nas instituições e a produção de novos materiais adequados às necessidades locais. Pinduca apresentou ainda algumas experiências de seu contato com o público infantil, e a importância da vivência lúdica pelas crianças.

Elizabeth Burba trouxe para o debate sua experiência de trabalho com canções de ninar, como uma bagagem cultural e identitária que podem fazer uma nova infância. A pesquisadora afirma que a mídia, em especial a publicidade, é quem atualmente se encarrega da educação das crianças limitando sua capacidade criativa e encurtando o tempo da infância. No entanto, ela observa, que alguns paradigmas tem mudado fazendo com que as crianças sujeitos de ação, por isso a canção atua como um ponto de encontro para estreitar os vínculos, conectar com a calidez, e o amor que as crianças precisam. A musicóloga falou ainda de sua experiências com crianças vitimas de violência, que não conseguiam brincar, assim como suas famílias. Ao participar das oficinas essas famílias puderam restabelecer o contato afetivo e as brincadeiras características da infância, a partir de brinquedos artesanais, como bonecas de pano.

Para finalizar o debate, etnomusicóloga Lydia Hortélio reforçou a importância de se pensar a cultura da infância e incentivar a criatividade e a espontaneidade das crianças. A  professora apresentou ainda sua experiência em ações lúdicas com crianças do Nordeste de Amaralina.