Cultura e Política é tema de simpósio no ENECULT

Cultura e Política é tema de simpósio no ENECULT

Em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva assumia o cargo de presidente do Brasil. Em 2011, ele passou a faixa presidencial para Dilma Roussef, sua colega do Partido dos Trabalhadores. No ano de 2016, um processo de impeachment retirou Dilma do cargo e encerrou 14 anos seguidos de “governo petista” no Brasil. Desde então, Lula foi preso, políticos conservadores ascenderam ao poder e se tencionaram as relações entre política e cultura no país.

Para os organizadores do Simpósio “Cultura e Política no velho Brasil atual” esse é o cenário do país atualmente. E é esse cenário que foi debatido no evento mediado pelo professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Albino Rubim, e teve como palestrantes o professor Renato Ortiz da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras.

O simpósio aconteceu a sexta (2/8) e sábado (3/8) como parte da programação do XV Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (ENECULT). Renato Ortiz trouxe uma perspectiva histórica para entender o cenário atual brasileiro, marcado por uma debate público que acontece primordialmente na internet. “O problema é que a Internet está longe de ser uma manifestação da liberdade, mas sim dos oligopólios, como a Microsoft e o Facebook. As redes sociais desenvolvem e criam novas fronteiras. Isso se vê claramente no Brasil, onde a internet é o local onde se afasta ao máximo a noção de democracia. É só vermos o uso dela pela extrema-direita”, disse.

Já Sérgio Gabrielli trouxe uma apresentação sobre Cultura, Política e o Pensamento da direita para explicar aquilo que entende como “um novo momento histórico, uma transição para o domínio absoluto e total da economia financeira sobre os modos de vida”. Para ele, a política cultural desse velho Brasil atual é marcada por uma “diluição simbólica com a perda de identidade da cultura nacional; Desconstrução do legado dos povos indígenas e negro; ataque a liberdade sexual e combate a diversidade e livre pensar”, disse.

Depois, o debate foi aberto ao público e a outros pesquisadores convidados especialmente para o simpósio. No sábado (3), o debate continuou com a apresentação de Ana Fernandes e Patricia Valim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Céli Pinto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).