Foto de Marco Antônio Correia
Texto de Mariana Gomes
Como pensar a cultura e o negro? Essa foi uma das perguntas norteadoras do segundo dia do simpósio Cultura, estrutura, produção e reprodução do imaginário político – um debate sobre a questão racial no Brasil, que integrou a programação do XII Enecult. Coordenada pelo Observatório Itaú Digital, a mesa foi composta por Márcio Farias, do núcleo de educação do Museu Afro Brasil, em São Paulo, Goli Guerreiro, antropóloga e escritora, Deivison Nkosi, professor da Unifesp (Universidade Estadual de São Paulo), e mediada pela professora da Universidade de São Paulo (USP), Rosane Borges.
Na manhã do último dia do XII Enecult, as discussões se deram em torno da musicalidade, das novas conexões da população negra em diáspora através da internet e dos desafios da formação identitária. “A dimensão cultural foi um espaço de sociabilidade de luta e de resistência, tanto no período da escravidão, mas também, e sobretudo, no período pós-abolição”, explicou Márcio Farias. “O samba ressignificava muitas vezes o padrão da nacionalidade de democracia racial”, completou.
Goli Guerreiro trabalhou a temática do imaginário anti-negro. “Ele segue acompanhando a história em muitas sociedades. A gente tem que seguir tentando dissolvê-lo e apresentando outras possibilidades de representar o negro no mundo, através de repertórios positivos”. Contribuindo com o debate, Deivison Nkosi trabalhou as relações existentes entre identidade, política e estética. “Não há êxito político sem uma política de representação”, afirmou.
As atividades deste simpósio nasceram na reformulação da revista do Observatório Itaú Cultural. Para ter acesso à versão impressa é necessário mandar o nome e o endereço postal para o e-mail observatorio@itaucultural.org.br.
Veja como foi o primeiro dia de simpósio.
O XII Enecult foi realizado entre os dias 15 e 18 de novembro, em Salvador. Confira todas as fotos do evento no flickr do encontro.
