Segundo dia de Simpósio discute a atuação do Estado no campo das artes

Segundo dia de Simpósio discute a atuação do Estado no campo das artes

Artes e cultura

Foto de Mallu Silva

Na manhã desta sexta-feira, 14, ocorreu o segundo dia do Simpósio Arte e Cultura, no pavilhão de aulas da UFBA em Ondina. Dando continuidade à discussão sobre o papel que a arte e a cultura ocupam atualmente na sociedade, o Simpósio recebeu o Presidente da Funarte, Francisco Bosco, e o Secretário de Políticas Públicas do MinC, Guilherme Varella, para debater sobre as políticas públicas para a setor. A mesa foi coordenada por Beth Rangel (Dança/UFBA) e Gisele Nussbaumer (Facom/UFBA).

Entre os convidados presentes para compor o debate, estiveram Fernanda Tourinho, Diretora da Funceb, Fernando Guerreiro, Presidente da Fundação Gregório de Mattos, o diretor de teatro Márcio Meirelles, Suki Vilas Boas, do Fórum Nacional de Dança, a gestora e produtora cultural Virgínia Da Rin e Alejandra Muñoz, membro da Escola de Belas Artes da UFBA.

O debate que girou em torno da compreensão do papel do Estado sobre o campo cultural e artístico, abordou entre outros tópicos, as dificuldades enfrentadas pela máquina pública na atuação do campo das artes. De acordo com Varella, esta questão, que está sendo pautada como prioritária na nova gestão do Minc, enfrenta grande dificuldade operacional, principalmente por motivo de sua diversidade no país. Segundo o Secretário, “o papel do Estado nas artes não deve ser somente para a área de fomento, mas também como regulador, pensando, categorizando e materializando os direitos culturais”.

Francisco Bosco falou sobre a importância de ter a Funarte “não somente como executora, mas também como propositiva, reflexiva.” Sobre a sua entrada e os planos que possui para a instituição, Bosco afirma que “há uma tentativa de tornar a Funarte mais contemporânea, tanto do ponto de vista da gestão, como da formulação de políticas públicas, quanto de ações propositivas e de comunicação.”

Referente à Política Nacional das Artes, ele afirma que é um processo amplo que está sendo construído com a participação pública. “Estar aqui no Enecult apresentando já faz parte disso, recolhendo as sugestões e propostas das pessoas. Este é um processo que trabalha com tempos diferentes, ele vai atravessar a gestão toda, ao mesmo tempo em que a gente pretende, ainda neste ano e no ano que vem, desenhar e realizar propostas claras de políticas para algumas linguagens.”

Um dos tópicos levantados pelos debatedores foi a importância da transversalidade do campo da cultura, com outras áreas e esferas governamentais. Para Bosco, “o que de mais importante foi discutido no encontro foi sobre a necessidade de que as instituições de cultura lutem pela sua reivindicação histórica de reconhecimento por parte do Governo Federal, com um orçamento condizente com esse reconhecimento. Não pensar essa transversalidade tendo a cultura sempre a reboque de outras instâncias mais fortes, do ponto de vista político orçamentário, e sim tentar convencer o Governo e a sociedade da importância da própria cultura, para que ela receba um orçamento e uma força política condizente com esse papel”.

Texto de Sandrinalva Silva