Projeto Sensorium, desenvolvido por pesquisadora do CULT e Grupo Ecoarte recebe o pesquisador colombiano Santiago Ortiz

Sensorium traz a Salvador um dos maiores programadores de visualização de dados do mundo

Nesta quinta-feira, 9 de maio, às 19 horas, o colombiano Santiago Ortiz, especialista em visualização de dados, ministra a palestra Redes Vivas no Cinema do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), com entrada gratuita. Neste encontro, ele vai compartilhar a experiência de sua atuação como pesquisador, inventor e desenvolvedor de algoritmos, métodos de visualização, narrativas interativas e novas ideias para internet. É esta habilidade, que ajuda organizações com a análise e as estratégias de comunicação de suas informações, que o trouxe à capital baiana. Ele está na cidade para contribuir com o Sensorium: do mar para o rio, projeto de arte e tecnologia que coletou dados ambientais em Salvador e Cachoeira a partir da criação de um dispositivo artístico-sensorial. Ortiz está agora justamente colaborando com a visualização e interpretação dos resultados da ação.

Santiago Ortiz parte de sua formação em Matemática e Ciências para expandir as fronteiras da visualização de dados e narração de histórias com base em dados computadorizados. Em 2005, participou da fundação da Bestiario (Barcelona), a primeira empresa da Europa focada em visualização de dados. Atualmente, mora na Argentina e trabalha como freelancer especializado na visualização de conhecimento.

“Eu o considero como um dos cinco maiores programadores de visualização de dados do mundo. O cara é fera mesmo. Estou adorando o trabalho que está fazendo com a gente”, afirma Karla Brunet, pesquisadora do CULT e doutora em Comunicação Audiovisual, coordenadora do Sensorium. O projeto, apoiado através do edital Culturas Digitais 2012, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, é realizado no Grupo Ecoarte, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA), que, desde 2009, trabalha com arte e tecnologia.

Sensorium: do mar para o rio reuniu artistas-programadores que subverteram práticas de engenharia e, de modo artesanal, experimentaram maneiras de concretizar um aparelho para medir dados relativos à qualidade da água e do ar. Os envolvidos nessa etapa, com larga experiência no desenvolvimento de dispositivos DIY (Do It Yourself, o emblemático preceito empreendedor do ‘faça você mesmo’ nascido com o movimento punk da década de 1970), priorizaram o uso de tecnologias (software e hardware) livres e a facilidade operacional. A concepção teve como fundamento a capacidade de amplo acesso do público, com a intenção de que pessoas não ligadas à pesquisa científica pudessem experimentar o dispositivo produzido e compreender os conteúdos por ele gerados, ao vivo e pela internet: todas as descobertas foram e continuam sendo compartilhadas no site www.ecoarte.info. Além disso, o aparelho não é apenas técnico, mas também feito com esmero estético, sem que pareça um artefato científico, e sim algo que preza pela apresentação visual, pela mobilidade e pela possibilidade de recriação por outros interessados.

Finalizada a tarefa de criação do dispositivo, ele foi posto em prática em fevereiro passado. E não apenas colocado para que alguém de longe pudesse consultar os números que ele indicaria: além de medir, sentir e interpretar o meio ambiente, com sensores apresentando dados captados e visualizados em tempo real, a inserção foi acompanhada por uma série de ações, oficinas e performances artísticas de interação com o espaço público e a comunidade nas cidades de Salvador e Cachoeira, incluindo o trajeto fluvial entre elas.

Agora está sendo realizada a fase de tradução dos resultados obtidos. Durante três meses, o trabalho de visualização e interpretação de dados vem sendo norteado pela busca de formas artísticas e populares de disponibilizar os seus saldos ao grande público. Por fim, o que os números dirão e registros de todo o processo, em vídeos e documentações, bem como os dispositivos expostos à curiosidade de visitantes, vão ser reunidos numa mostra a ser realizada também no MAM-BA, em julho. Para completar, um DVD vai ser lançado com o intuito de agregar todo este conhecimento, numa tiragem de 500 unidades a ser distribuída para centros de pesquisa, acervos públicos, ONGs e espaços culturais relacionados à arte e à tecnologia.

Sensorium: do mar para o rio

Palestra Redes Vivas

Com: Santiago Ortiz

Quando: 9 de maio, quinta-feira, 19 horas

Onde: Cinema do MAM-BA

Quanto: Gratuito

Site de Santiago Ortiz: www.moebio.com

Site do Ecoarte: www.ecoarte.info

Realização: Karla Brunet/ Grupo Ecoarte – IHAC/UFBA

Apoio: Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do edital Culturas Digitais 2012

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